XXII Dia Mundial do Doente (11 Fevereiro 2014)
16 Fevereiro 2014
Comentário D. Manuel Clemente
Duas palavras apenas, em comunhão com a Mensagem do Papa Francisco para o XXII Dia Mundial do Doente, sob o lema Fé e caridade: «Também nós devemos dar a vida pelos nossos irmãos» (1 Jo 3, 16).
A primeira palavra é simplesmente “dar”. Ou melhor, simplificarmos a existência nesse único sentimento e prática, de doação completa, de não reservarmos para nós tudo quanto havemos de escoar para os outros. Pois só nos outros nos outros se guarda, como a água dos rios no grande oceano à espera. E o nosso irmão doente é o grande oceano a acolher‑nos, para retribuir “a cem por um” toda a atenção que lhe dermos. Em cada doente, sabemo-lo bem, está o Deus que visitamos: «Vinde, benditos de meu Pai, porque estava doente e visitastes-me… E os justos irão para a vida eterna» (Mt 25).
A segunda palavra é precisamente “vida”. Vida que, manifestando‑se psicofisicamente em cada ser humano, ultrapassa em muito a circunstância de quem a leva ou suporta, na saúde ou na doença. Em Cristo, por primeiríssimo exemplo, encontramos uma morte cheia de vida, porque a deu e reviveu, como expansão absoluta de si. É isto viver, ou seja, conviver. Visitar o doente, acompanhá-lo e cuidá-lo é a convivência mais perfeita, em que a verdadeira vida se manifesta e partilha, com absoluto futuro. Pois só o amor nunca acabará (cf. 1 Co 13, 8).
Por isso, o dia mundial do doente é o dia integral da vida.
† Manuel Clemente