Leigos devem “sem temor”» descobrir e propor “Deus na cidade”
7 Fevereiro 2015
Local de “grandes oportunidades e grandes riscos”, a vida urbana espera por “anunciadores de bairro”
Lisboa
Cidade do Vaticano, 07 fev 2015 (Ecclesia) – O Papa Francisco exaltou hoje os leigos a não terem medo de ir ao encontro “dos homens da cidade”, local de “cidadãos” e de “não-cidadãos”, onde “Deus continua presente”.
“Deus continua a estar presente nas cidades frenéticas e distraídas. É necessário não abandonar-se ao pessimismo e ao derrotismo mas ter um olhar de fé sobre a cidade, um olhar contemplativo que descobre o Deus que habita nas suas casas, ruas e praças”, afirmou Francisco aos participantes da Assembleia plenária do Conselho Pontifício para os Leigos, reunida com o tema «Encontrar Deus no coração da cidade».
As cidades são, segundo o Papa, locais de “grandes oportunidades e grandes riscos”, “magníficos espaços de liberdade e de relação humana, mas também de terríveis espaços de desumanização e de infelicidade”, capazes de gerar “não-cidadãos: pessoas invisíveis, meios pobres de calor humano e não relacionamento”.
Mas, sublinha, é simultaneamente “um terreno de apostolado mais fértil do que tantas vezes se imagina”.
“Deus não abandonou a cidade: ele habita na cidade” porque “acompanha a procura sincera das pessoas e dos grupos para encontrar apoio e sentido às suas vidas”.
Para esta “renovação missionária” é “importante cuidar da formação dos leigos” para que “vejam a cidade com os olhos de Deus” e sejam capazes de “propor o coração do Evangelho, não os seus apêndices”, vivendo uma “liderança humilde na Igreja” e tornando-se fermento para toda a cidade” que reconhece um “forte impacto social” em “vidas cristãmente vividas”.
“Os leigos são chamados a saírem sem temor e ir ao encontro dos outros homens da cidade: nas atividades quotidianas, no trabalho, singularmente ou em família, juntos nas paróquias ou em movimentos eclesiais que integram, podem quebrar o muro do anonimato e da indiferença que frequentemente reina na cidade”.
Assinala o Papa que a Igreja deseja estar ao serviço da procura sincera que se encontra em todos os corações e que a torna aberta a Deus.
Com o aproximar da data dos 50 anos sobre o encerramento do Concílio Vaticano II, recorda Francisco, que o Decreto sobre o Apostolado dos Leigos, “não guarda só o passado, mas diz respeito ao presente e ao futuro da Igreja”.
O Papa exortou os participantes no encontro a ousarem dar o “primeiro passo” para se tornarem “anunciadores no seu bairro”.
“Tornando-se anunciadores alegres do Evangelho aos seus concidadãos, os fiéis leigos descobrem que existem muitos corações que o Espírito Santo já tem preparado para aceitar o seu testemunho, a sua proximidade, sua atenção”.
LS
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