Eu estava lá
9 Janeiro 2015
Eu estava lá. Vi João mergulhar Jesus nas águas. Após o batismo, Jesus afastou-se.
Segui-o. E, só após a ressurreição, compreendi o mistério que tinha sucedido naquele dia. Por que razão o Filho de Deus se tinha deixado batizar como um vulgar pecador precisado de conversão? Para, sem deixar de ser Deus, misturar-se connosco. Para colocar-se ao nosso nível. Para entrar na nossa vida. E percebi que, naquele instante do Seu abraço divino à fragilidade humana, os céus, silenciosos durante tanto tempo, desfizeram a sua mudez, para deixar jorrar a Palavra, a Comunicação de Deus: Jesus. O Seu Pai sorriu, encantado com o Filho muito amado, que partia em missão, habitado pelo Espírito, que fez n’Ele a Sua morada, como uma pomba fiel ao seu ninho. Eu estava lá. Vi-te a mergulhar nas águas do batismo. E contemplei os céus a rasgarem-se, o Espírito a aninhar-se em ti e a voz de Deus a proclamar: “Tu és um filho muito querido, sobre ti deposito a minha ternura.” Compreendes o dom que recebeste?