Sri Lanka: Papa apela ao respeito pela liberdade religiosa e recusa “violência” em nome da fé

Centenas de milhares de pessoas acompanharam canonização do “grande missionário” São José Vaz

 

 

Colombo, 14 jan 2015 (Ecclesia) – O Papa apelou hoje no Sri Lanka ao diálogo entre religiões e ao respeito pela liberdade de culto, durante a Missa de canonização de São José Vaz (1651-1711), recusando a violência em nome da fé.

“Como nos ensina a vida de José Vaz, a autêntica adoração de Deus leva, não à discriminação, ao ódio e à violência, mas ao respeito pela sacralidade da vida, ao respeito pela dignidade e a liberdade dos outros e a um solícito compromisso em prol do bem-estar de todos”, declarou, perante centenas de milhares de pessoas, numa celebração ao ar livre, junto ao mar.

Francisco apresentou o sacerdote, nascido em Goa, então território português, como exemplo da “importância de transcender as divisões religiosas no serviço da paz”.

“O seu amor indiviso a Deus abriu-o ao amor do próximo; gastou o seu ministério em favor dos necessitados, sem olhar quem fosse e onde estivesse”, precisou.

Segundo o Papa, este exemplo continua a inspirar a Igreja Católica no Sri Lanka, que “não faz distinção de raça, credo, tribo, condição social ou religião, no serviço que proporciona através das suas escolas, hospitais, clínicas e muitas outras obras de caridade”.

Neste trabalho, a comunidade católica “nada mais pede do que liberdade para exercer a sua missão”.

“A liberdade religiosa é um direito humano fundamental. Cada indivíduo deve ser livre de procurar, sozinho ou associado com outros, a verdade, livre de expressar abertamente as suas convicções religiosas, livre de intimidações e constrições externas”, defendeu Francisco.

A homilia, em inglês, lembrou que o padre José Vaz, “grande missionário do Evangelho”, chegou à ilha, o antigo Ceilão, num momento de perseguição aos católicos, “movido apenas pelo zelo missionário e por um grande amor a estes povos”.

“Por causa da perseguição religiosa em curso, vestia-se como um mendigo, cumpria os seus deveres sacerdotais encontrando secretamente os fiéis, muitas vezes durante a noite”, assinalou Francisco.

O Papa elogiou em particular a dedicação do novo santo aos “doentes e atribulados”, tendo recordado que foi durante a epidemia de varíola em Kandy que o novo santo ganhou o reconhecimento do rei local.

“Deixou-se consumir pelo trabalho missionário e morreu, exausto, aos 59 anos de idade, venerado pela sua santidade”, assinalou, a respeito do padre José Vaz, “um sacerdote exemplar”.

“Encorajo cada um de vós a olhar para São José como para um guia seguro. Ele ensina-nos a sair para as periferias, a fim de tornar Jesus Cristo conhecido e amado por toda a parte”, acrescentou.

O novo santo viveu num período de “transformações rápidas e profundas”, num contexto em que os católicos eram uma minoria, algo que, de acordo com o Papa, deve inspirar os fiéis de hoje.

“São José sabia como oferecer a verdade e a beleza do Evangelho num contexto plurirreligioso, com respeito, dedicação, perseverança e humildade. Este é, também hoje, o caminho para os seguidores de Jesus”, observou.

Francisco concluiu com votos de que os católicos no Sri Lanka possam dar um contributo cada vez maior para “a paz, a justiça e a reconciliação” na sociedade.

A celebração contou com vários dos cânticos e danças tradicionais, com a presença de um coro que incluía habitantes de alguns dos bairros mais pobres dos subúrbios de Colombo.

Os participantes rezaram pela “coexistência pacífica das diferentes religiões e grupos étnicos” na ilha asiática, que em 2009 saiu de 26 anos de guerra civil.

No final da Missa, o arcebispo local, cardeal Malcolm Ranjith, agradeceu a visita do Papa a uma ilha que ainda seca as “lágrimas” da guerra civil (1983-2009) e entregou a Francisco um donativo da comunidade católica, destinado a iniciativas de caridade.

OC

In www.agencia.ecclesia.pt

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