Portugal: «Ministro da Cultura» do Vaticano defende presença da Igreja na Internet, mas alerta para riscos de comunicação sem rosto

Padre Tolentino Mendonça e cardeal Gianfranco Ravasi Foto: Arlindo Homem

Padre Tolentino Mendonça e cardeal Gianfranco Ravasi
Foto: Arlindo Homem

Lisboa, 30 jan 2015 (Ecclesia) — O presidente do Conselho Pontifício da Cultura (Santa Sé), que recebe hoje o doutoramento honoris causa da Universidade Católica, afirmou esta quinta-feira em Lisboa que a Igreja Católica tem de se apresentar com a sua mensagem na Internet.

“Temos de comunicar a raiz da nossa fé. E a raiz da nossa fé é, sem dúvida, a palavra, a Bíblia. Até porque a Bíblia tem em si um extraordinário potencial cultural e não apenas religioso”, começou por explicar o cardeal Gianfranco Ravasi, no auditório Cardeal Medeiros, durante conferência ‘Parábolas mediáticas e parábolas evangélicas – Comunicar a fé no tempo da internet’.

O ‘ministro da Cultura’ do Vaticano admitiu que este é um “tema complexo, difícil” mas “fundamental” para a cultura, a teologia e a religião, em geral.

“Num mundo que tende cada vez mais a ser virtual, temos de recuperar o encontro, o diálogo, a comunicação”, apelou.

O responsável dividiu a sua apresentação em três percursos e assinalou que a religião e a cultura “são fenómenos de natureza comunicativa”, que se cruzam com a cultura digital, “uma nova linguagem”.

Neste sentido, destacou que agora “o ambiente, a antropologia” mudaram, porque um nativo digital pode estar até seis horas, por exemplo, no computador onde interage com outras pessoas através de “uma comunicação fria, perigosa” porque não vê o outro, “não penetra no encontro interpessoal”.

“O modelo de conhecimento muda e muda também a antropologia. Estamos no início, não sabemos como será no futuro”, observou, alertando que não se pode “usar apenas o telefone, ou o computador” e exemplificou que a Eucaristia “supõe assembleia”.

“O cristianismo é religião de corpos, de carne”, comentou.

Segundo o cardeal Gianfranco Ravasi, a comunicação “está a viver uma experiência fundamental” e é necessário que os cristãos saibam “comunicar a razão da fé”, a Palavra, a Bíblia, porque contém uma “extraordinária potencialidade cultural” com “Cristo e a força da sua

“O cristão na sua cultura não pode ser fundamentalista”, explicou porque o modo de comunicar a fé cristã deve ser como uma religião que “reconhece o valor das outras experiências, que é diferente de fundamentalismo”.

À imagem do que tem vindo a defender nos últimos anos, o presidente do CPC sublinhou que Jesus usava o Twitter do seu tempo, dando como exemplo a sua intervenção sobre a relação entre fé e política: “Dar a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”.

“Tem de ter conteúdo de um tweet. Essencialidade, clareza”, precisou.

O cardeal Gianfranco Ravasi distinguiu o discurso do Papa Francisco, alguém que usa o essencial – “sujeito, verbo, complemento” –, do discurso do Papa emérito Bento XVI, que era mais “ramificado”.

Nesse sentido, observou ainda que Francisco “compreende bem a comunicação” destacando as suas audiências, onde tem um discurso de cerca de 20 minutos mas “interage” durante muito mais tempo ao passar entre as pessoas.

A Universidade Católica Portuguesa vai atribuir hoje um doutoramento ‘honoris causa’ ao cardeal Gianfranco Ravasi, por ocasião do dia nacional da instituição académica.

A cerimónia vai decorrer a partir das 16h30, no auditório Cardeal Medeiros (Lisboa), tendo como lema ‘Alargar Horizontes’.

CB/OC

In http://www.agencia.ecclesia.pt/

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