Vencida esta guerra, o que vais alterar na tua vida?
21 Março 2020
“Enquanto Eu estou no mundo, sou a luz do mundo.” Dito isto, Jesus cuspiu em terra, fez com a saliva um pouco de lodo e ungiu os olhos do cego. Depois disse-lhe: “Vai lavar-te à piscina de Siloé.” Ele foi, lavou-se e ficou a ver. Jo 9, 5-7
Nasci cego. Naquele dia, encontrei-me com o inimaginável. Estava sentado, a olhar para dentro da minha noite, quando Jesus passou. E acercou-se de mim. Com lodo, feito de terra e saliva, esfregou os meus olhos. E ordenou-me: “Vai lavar-te à piscina de Siloé.” Fui. Muito hesitante. Desconfiado. Lavei-me. E o imprevisível abraçou-me. Invadiu-me uma explosão de luz e um turbilhão de cores. Confusão. Assombro. Exultação. Deslumbramento. Estava a ver! Chorei e ri. Gritei, cantei, saltei. Depois mergulhei num silêncio de espanto. Prostrei-me. Rezei. Seguiram-se dias de rebuliço e perplexidade. Tantos amanheceres! Mas, o mais espantoso, o verdadeiramente importante, o milagre, ocorreu depois. Com Jesus, a quem me liguei por gratidão e me prendi como amigo, comecei a perceber, a pouco e pouco, que a visão mais importante é a da alma, que “só se vê bem com o coração; o essencial é invisível aos olhos”. Jesus foi-me revelando diferentes tipos de ‘cegueiras’ (são tantas!) e curando-me delas. Levou-me a viajar por ‘mundos’ que muitos desconhecem, porque só se avança por eles com os ‘óculos’ de Deus: o olhar de Jesus, a Luz do mundo. Jesus deu-me uma visão nova das coisas. Ofereceu-me uma vida nova. Ao fim destes anos, ainda não consigo vislumbrar tudo com perfeição e nitidez. O meu olhar é, por vezes, preconceituoso, redutor, faccioso, impuro, acre, malicioso, lascivo. Mas já consigo enxergar os inúmeros sinais de esperança e luz que dançam e cantam na escuridão, aclarando o mistério de Deus, o destino do Homem, o sentido da vida. Neste tempo em que enfrentamos um inimigo, minúsculo mas poderoso, observo o que está a acontecer. Querem saber o que tenho visto? Gente exausta pelo empenho no combate, mas que não deserta. Gente atenta. Gente com medo, mas que está. Gente que diz ‘tu’ e ‘nós’ antes de dizer ‘eu’. Gente disponível. Gente ‘invisível’ mas que ’faz a sua parte’. Gente que não convoca os aplausos. Gente agradecida. Gente viva na Vida e pela Vida. Perguntas-me: mas, no mapa dos dias, só destacas as aldeias de luz? Respondo: não, amigo, também estão lá os lugares obscuros, os territórios sombrios, as zonas a evitar: os críticos corrosivos; os comentadores boçais; os profissionais do egoísmo; os transmissores do azedume; os palradores que falam de tudo sem saber nada de nada; os activistas da mentira; os produtores do maldizer. Quero ver o mundo como Deus o vê. E continuar a acreditar que, após a noite escura, virá sempre a aurora. Olha para a Terra, a nossa casa: que vês? O coração do planeta revela como está o coração do homem. Vencida esta guerra, o que vais alterar na tua vida, na tua família, no teu local de trabalho, na tua cidade? Até breve, se Deus quiser! Estou com saudades de todos! Um abraço e a bênção de Deus.
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