10 perguntas para o pós-covid-19 | Cardeal Tolentino Mendonça

1. O processo gerado pelo vírus acelerará apenas as assimetrias e os egoísmos do velho mundo ou motivou-nos a compreender que estamos no mesmo barco e que só há futuro na cooperação e na implementação de outros modelos de existência coletiva?

2. Quando as portas das nossas casas se reabrirem, sairemos pesados e a medo, incapazes de vencer a distância que nos separa dos outros ou vamo-nos abraçar como irmãos reencontrados? Perderemos ou não a espontaneidade? Finalmente ultrapassaremos a paranóia do outro como rival, estranho e inimigo para pensá-lo como semelhante e aliado?

3. Quando reabrirmos as fronteiras passaremos, de facto, para uma nova etapa da globalização, mais conscientes dos riscos que ela comporta (pandemias, danos ambientais, mutações climáticas, precarização do trabalho e exclusão) e também mais capazes de construir uma nova ordem social e planetária assente na justiça? É importante que nos coloquemos perguntas, as mais díspares, as que têm emergido na corrente destes dias e outras ainda, e que as debatamos.

4. Deixaremos de considerar a terra um objeto para ser ilimitadamente explorado, segundo os nossos interesses, ou vingará a ideia de que a terra e o cosmos sejam considerados, pelo direito internacional, como sistemas vivos, com o seu equilíbrio e as suas regras?

5. Compreenderemos finalmente que está tudo interligado, como insistiu o Papa Francisco na encíclica Laudato Si: o grito da terra e o grito dos pobres, a situação sub-humana a que estão condenadas multidões de seres
humanos e a fragilidade ignorada do planeta?

6. Ainda fará sentido a previsão que decretava o fim da alimentação cozinhada em casa, pois todos nos tornaríamos clientes de uma app de food delivery? Ou reencontraremos outros ritmos que não os da ditadura da vida frenética (aprendendo a desacelerar) e outros sabores que nutram também a alma (reaprendendo a cultivar a nossa humanidade)?

7. A União Europeia terminará, como um monumental museu de boas intenções que se afunda, ou esta será precisamente a estação do seu relançamento?

8. Saberemos construir alternativas à massificação e reinventar uma escala mais humana para a convivência, para a arquitetura das nossas cidades e para a qualidade das nossas relações?

9. Saberemos cuidar dos médicos, enfermeiros e cuidadores que tiveram a experiência direta deste trauma? Rapidamente preferimos declará-los como heróis, e são, mas são também seres humanos vulneráveis como nós, que tiveram de esgotar os seus recursos para enfrentar a dor, o medo e a solidão dos pacientes, muitas vezes em estruturas inadequadas e tendo de operar com meios insuficientes. A compaixão e o cuidado deixam, não raro, uma fadiga interna, que tem de ser tratada. Como o faremos?

10. Triunfará uma visão mais integradora da vida, que compreenda a importância de valores como o dom, a gratuitidade e a partilha, e nos capacite, por exemplo, para uma síntese mais equilibrada entre pessoa e comunidade, entre vida material e vida espiritual?

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