A Palavra vai nascer
24 Dezembro 2017

No centro, à vista de todos, uma tenda: para Deus.
Entrará no mundo de mansinho, para não impor-se;
mas anuncia a chegada, para propor-se.
Vem do Céu, porque é Deus de Deus,
mas nascerá da terra, do ventre de uma Mulher,
porque quer ser homem entre os Homens.
Chamar-se-á JESUS, o Emanuel, Deus-connosco.
Ele, que é a PALAVRA, vem dar sentidos novos às nossas palavras,
preenchê-las de ternura, decifrar-lhes todos os segredos,
revelar-lhes os sabores originais, salpicá-las de bom senso,
vesti-las de simplicidade, pintá-las com as cores da verdade e da coerência.
As nossas conversações ganharão novos brilhos e tons de festa.
Serão sempre diálogos, nunca solilóquios.
Nos lugares dos nossos encontros erguer-se-ão catedrais de comunicação,
com Deus no meio, fascinado com a beleza das nossas ligações.
Falaremos mais de nós e menos sobre os outros.
Ficaremos mais perto de nós mesmos e mais próximos dos outros.
Seremos mais de nós e também mais dos outros.
E daremos mais espaço ao silêncio e à escuta.
Os comentários mordazes e cínicos, as afirmações venenosas e obscenas,
as opiniões fúteis e boçais, os juízos reles e corrosivos,
os palavreados torpes e grosseiros, os julgamentos primários e facciosos,
abandonarão para sempre a face da terra.
Ficarão, isso sim, palavras “arco-íris”, que fazem sonhar e voar.
E gente com a alma cheia de vida para as dizer e cantar.
A PALAVRA vai nascer.
Numa tenda, à vista de todos.
Aqui. Na Amadora.